quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Tecnologia

REFLETINDO...

Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
- Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo.
- Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade.
-  Não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos  uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado.
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão.
- Não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só  uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
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Há um bom tempo, nossa sociedade é fascinada com as conquistas da tecnologia. Por isso, costumam exaltar acriticamente os avanços dela, parecendo acreditar que a qualidade e o futuro da vida social dependem exclusivamente disso. Entretanto, a tecnologia também apresenta conseqüências negativas tanto para o indivíduo como para a sociedade, inclusive porque influi de modo decisivo no próprio processo de socialização. Vivemos este estranho paradoxo. Por um lado, temos cada vez mais tecnologias, o que em princípio é bom, pois poder fazer mais com menos esforço faz bastante sentido. No entanto, nos sentimos cada vez mais ameaçados. Os mesmos avanços técnicos que nos permitem colocar um satélite na lua e produzir carros robóticos que geram destruição ambiental, exclusão econômica e sistemas eletrônicos de invasão de privacidade cada vez mais angustiantes.
Vocês sabiam que já existe pesquisas para desenvolver um leitor de pensamentos? Imaginem o que isso seria capaz de fazer? A nossa cabeça é o único local onde ninguém consegue entrar. Se estivermos num quarto de portas fechadas alguém pode arrombar e invadir nossa privacidade, mas na nossa cabeça ninguém consegue entrar. Imaginem depois dessa invenção? Não vamos ter liberdade de garantir nossa privacidade nem no fórum mais íntimo que é nossos pensamentos.
Será que a tecnologia é a culpada? Milhões de pesquisadores no mundo buscam formas mais eficientes de atingirmos os nossos fins, e esta competência demonstrada por tantos cientistas constitui um fator de progresso.
Mas esses fins são os fins de quem?  Extrair petróleo rapidamente do subsolo é bom? Ele se acumulou durante centena de milhões de anos e o teremos esgotado em menos de 200. Por isso existem pesquisas para fazer outras formas de combustíveis. O problema não está nas tecnologias, mas em quem delas se apropria.
O poder das tecnologias modernas exige muito mais responsabilidade de quem as usa. A força do capital/dinheiro geralmente leva a se tirar proveitos da tecnologia para a dominação, por exemplo, os avanços da ciência se transformando em armas de alto poder destrutivo. Vocês já assistiram o filme Homem de Ferro? Que tal pensar através desse filme a relação tecnologia X finalidades humanas?

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