quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FLORESTAN FERNANDES e DARCY RIBEIRO

Florestan Fernandes escreveu A integração do negro na sociedade de classes em 1965, onde mostrou as dificuldades da integração dos negros recém-libertos na sociedade capitalista agrária que se consolidava no Brasil. Para este autor, o processo histórico de nascimento da sociedade de classes gerou a exclusão social para os negros, uma vez que estes foram excluídos dos trabalhos nos comércios, ficando com os cargos dos trabalhos pesados e mal remunerados, além da competição com a mão-de-obra dos imigrantes que terminou por eliminar de vez os "bons" trabalhos para os negros.
(Darcy Ribeiro 1922-1997): Antropólogo, escritor, senador e ministro da Educação. No início de sua carreira dedicou-se ao estudo dos índios no pantanal e na Amazônia. Criou o Parque Indígena do Xingu e fundou o Museu do índio. Foi exilado durante o golpe em 1964, e fora do Brasil conduziu programas de reforma universitária em vários países da América Latina. Dentre suas várias obras, temos Aos trancos e barrancos como uma obra de grande importância, pois nela Ribeiro faz um retrospecto crítico da história brasileira até 1980:

PODER

Outro tema que trabalhamos em sala de aula foi o poder na perspectiva de Michel Foucault. Analisamos basicamente o que ele pretendeu realizar na sua obra Vigiar e Punir. Vimos que ele buscou fazer uma história do poder de punir através da história da prisão. Nesse livro, Foucault começa abordando a penalidade do suplício (as mil mortes) que corresponde a morte em partes, onde o criminoso vai sendo torturado até a morte.
Nessa punição, Foucault afirma que o que prevalecia não era a justiça, mas a autoridade do rei, que querendo mostrar o seu poder, mandava torturar aqueles que desobedeciam suas leis e normas. No entanto, houve a necessidade de humanizar tais punições, uma vez que elas não atingiam apenas o corpo físico do condenado, mas acabava fazendo sofrer seus familiares (lembremos de Maria que acompanhou a tortura de Jesus Cristo), e também estavam invertendo os papéis: o carrasco estava virando o cruel da história ao realizar as torturas, e o criminoso estava sendo alvo de compaixão e piedade. Assim sendo, foi colocado no cenário das punições a prisão como sendo o centro dos castigos que visava agora a alma do criminoso e não mais o corpo físico em si. A penalidade girava em torno da privação da liberdade, das relações sexuais, da má alimentação e dos castigos como ficar no isolamento. Os crimes mais hediondos, permaneceram com a penalidade de morte, mas agora de forma mais humanizada, sem tanto sofrimento, passou a ser uma única morte: a decapitação.
Foucault também afirmou nessa obra que as prisões tinham dois objetivos: Tornar os indivíduos dóceis e úteis, e humanizar as penas. Para ele a história da prisão fracassou porque esses objetivos não conseguiram ser alcançados. Ele analisa o modelo panóptico (modelo das prisões que têm uma torre no centro onde ficam os guardas vigiando as celas que estão ao redor, assim os guardas podem observar os presos, mas estes não podem ver os guardas. Assim, os presos se disciplinam com medo das punições, ao ponto de chegar o momento onde não se colocavam mais guardas nas torres, mas os presos se comportavam do mesmo jeito por acreditarem que existia alguém lá os vigiando.
Dessa análise Foucault tira que tal modelo não se restringe às prisões, mas ideologicamente extrapola esses muros e aborda toda a sociedade, afinal, para ele vivemos em um mundo panóptico onde todos se disciplinam porque são vigiados - mesmo sem a presença de um policial - ao mesmo tempo que vigiam todos!

CONFIANÇA

O que é interessante vocês (alunos) saberem para a prova é que a confiança que trabalhamos em sala de aula é um conceito do sociólogo Anthony Giddens. Este autor fala de alguns tipos de confiança, entre eles: A confiança na primeira infância > quando temos o contato pela primeira vez com a confiança, esta nos é introduzida por nossos pais, afinal aprendemos a confiar neles cegamente quando pequenos ao ponto de nos jogarem no ar e nós não nos assustarmos porque confiamos que eles irão nos segurar;
A confiança nas relações amorosas > esta se dá durante a relação amorosa, porém sempre a nível de cálculo, uma vez que estamos confiando no outro, mas sabemos que existe o risco dessa confiança ser quebrada (traição). Todavia, mesmo que a confiança seja quebrada e a relação acabe, não significa que tal tipo de confiança não possa ser adquirida em outro relacionamento, afinal, podemos em outro momento confiar em um novo amor. Se o relacionamento não acabar, a confiança existente nessa relação fica abalada, ao ponto de um dos indivíduos viver sob constante vigilância;
A confiança na amizade > esta corresponde ao depósito de uma fé no outro, numa expectativa de que tal confiança nunca irá ser quebrada. Quando acontece a quebra da confiança na amizade, nunca mais a pessoa retorna a confiar do mesmo modo em outro amigo (para contar tudo);
A confiança nos sistemas peritos > esses sistemas são criados por especialistas, por conhecimento técnico. Confiamos neles, pois não temos conhecimento sobre todas as esferas da vida (não conhecemos ao mesmo tempo a química industrial, a construção civil, a medicina, enfim, todas as áreas especializadas) e sendo assim é necessário acreditar que quem fez, por exemplo o avião, sabia muito bem o que estava fazendo e este por sua vez é seguro, pois foi um especialista que fez, logo, não vai cair.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

BRASIL, MOSTRA TUA CARA

Como sabemos, o Brasil é um país marcado pela miscigenação, uma vez que sua formação cultural tem como base a cultura de três povos (índios, negros e brancos) e em seguida a adição das culturas dos povos imigrantes (italianos, japoneses, chineses, alemães, entre outros). Sendo assim, é o multiculturalismo o conceito sociológico que melhor se adéqua ao estudo da realidade brasileira.
Desse modo, a miscigenação no Brasil passa a impressão de ser um país composto por vários países, o que acaba resultando em práticas culturais diversas e influenciadas por outras práticas, como ocorre no caso do sincretismo religioso (onde práticas religiosas influenciam em outras práticas religiosas)
(Folia de reis - comemoração das religiões afro, comemorando um acontecimento das religiões cristãs, mais comemorado pelo catolicismo). No entanto, para que um país com tanta diversidade cultural tenha um sentimento de pertença são necessários alguns símbolos em comum que facilitem a construção da identidade nacional: língua, crenças, vestimentas, costumes. Todavia, esses símbolos não são necessariamente os únicos elementos formadores de identidades nacionais, pois no Brasil basicamente cada região tem um costume:
Por esse motivo existem pensadores que acreditam que no Brasil o que há são identidades regionais, que se transforma em identidade nacional apenas em alguns períodos, como, Copa do Mundo.
O futebol teve grande importância para a popularização dos símbolos nacionais (hino, bandeira, cores nacionais), pois antes da propagação desse esporte no Brasil, era a elite brasileira que tinha conhecimento de tais símbolos, ficando o restante da população leiga e, sem nenhum patriotismo. O interessante é que na bandeira do Brasil há escrito o lema "Ordem e Progresso", que é uma marca da grande influência do Positivismo de Auguste Comte na Sociologia brasileira, apontando que no cenário da modernização no Brasil, a burguesia se importava com o progresso econômico e social no país.

PARADIGMAS

Esse vídeo nos faz refletir sobre o surgimento de um paradigma, uma vez que um paradigma corresponde a um "quadro de referência mental que domina a maneira pela qual as pessoas pensam e agem. É uma forma de ligar ideias, priorizar valores, abordar questões e, finalmente, formar HÁBITOS de comportamento com relação a um assunto." (JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.) Ou seja, nem tudo o que fazemos durante nossas vidas são atos refletidos, pois já nascemos inseridos num ethos social. A sociedade define seus padrões de comportamento de acordo com o que considerem ser o correto para a convivência e a sobrevivência. No entanto, há momentos que o paradigma atual não dá mais conta da explicação e é necessário que surja um novo paradigma. Esse momento pré-paradigma é chamado de "crise de paradigma". A partir da tese das revoluções científicas, postulada por Thomas Kuhn, a concepção de paradigma e crise de paradigma desenvolve-se. Pode-se dizer que Kuhn é um precursor do estudo dos paradigmas, sendo o seu método de abordagem o "método dialético". O que nos interessa saber é que de acordo com a realidade social os paradigmas são construídos e incorporados no "modo de ser" dos indivíduos que pertencem a tal sociedade. Ex: em 1969, os pais reclamavam com os filhos caso estes não tirassem notas boas, não passassem de ano, fossem indisciplinados... em 2010, os pais reclamam com o colégio se o filho ficar reprovado...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

JEAN-JACQUES ROUSSEAU

Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra no ano de 1712 e morreu em 1778. Uma curiosidade sobre Rousseau é que em 1750, na França, houve um concurso de dissertações sobre os reais benefícios que as ciências e as artes tinham proporcionado aos seres humanos. Para participar, ele escreveu a obra "Discurso sobre as ciências e as artes" para responder de forma negativa essa questão criticando a civilização e, assim, venceu o concurso. Porém foi com outra obra que Rousseau se tornou um filósofo reconhecido como "pensador contratualista": o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (chamaremos apenas de Discurso), onde ele questionou se a desigualdade social entre os homens justifica-se em desigualdades naturais. É legal nós notarmos que Rousseau também é um filósofo contratualista! Mas afinal, por que ele foi rotulado como contratualista? Rousseau, assim como Hobbes e Locke acreditava que existia um estado de natureza onde o homem não conheceria ainda a vida em sociedade e só depois de um contrato social entre os homens é que se instauraria a civilização, a vida social. Ele acreditava que o homem social é corrompido pela sociedade. Mas como assim? Para Rousseau, o homem natural se move exclusivamente por um impulso de conservação, todavia, ele discorda de Hobbes que via esse homem natural mau, agressivo, desejoso por poder, que retiraria o ser humano fraco do seu caminho se isso servisse para satisfazer seus desejos. Segundo Rousseau, esses traços não pertencem ao homem natural, mas ao homem que se corrompeu nas condições da civilização. A partir desse ponto, Rousseau desenvolveu críticas severas à sociedade, o que gerou diversas interpretações errôneas a cerca da sua imagem do "estado de natureza" e do homem natural, o que nos leva ao "mito do bom selvagem".
No entanto, ele deixa claro que o estado de natureza não necessariamente existiu, mas é uma situação que descreve como seríamos se não fôssemos desde cedo submetidos às influências d avida em sociedade, afinal, seríamos apenas movidos pelo impulso de conservação que combina o amor de si e a compaixão, onde o primeiro nada mais pe do que um sentimento natural de preservação da vida presente em todos os animais e que se concretiza com a realização das necessidades de sobrevivência. Desse modo, não existiria disputas entre os seres humanos e se por ventura ocorresse algum conflito, este seria de poucas agressões e o vencedor terminaria com a presa, enquanto o perdedor, sem rancor, procuraria outro local para caçar. A compaixão, por sua vez, impederia o homem de cometer alguma ação abertamente destruidora diante dos seres humanos, pois repugnamos a contemplação do sofrimento de outros seres humanos. É interessante frisar que a humanidade natural antecede a dimensão da moral, pois o homem natural - que é um ser amoral - só conheceria as normas, os valores que regulam as suas ações, depois do pacto social que nos colocaria num contexto de civilização.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

JOHN LOCKE

John Locke era inglês e nasceu em 1632. Apesar de sua formação em medicina, Locke se dedicou à Teoria do Conhecimento, uma vez que ele entendia o ser humano como sendo equivalente a uma "tábula rasa" que seria preenchida através da educação, ou seja, do uso da razão ao longo do tempo. Daí suas reflexões se basearem na Teoria do Conhecimento. Podemos afirmar que Locke é um contratualista porque para ele há um estado de natureza e só depois de um contrato social entre os homens é que vem o estado social, político. Diferente de Hobbes, Locke percebia esse estado de natureza como sendo o momento da humanidade em que o homem viveria livre e em situação de igualdade para com os outros homens. John Locke criticava o absolutismo e defendia uma política que não fosse centralizada, mas horizontal, desse modo, o liberalismo de Locke influenciou várias nações européias, como a França que inspirada tanto nas teorias de Locke como no movimento iluminista (que foi bastante influenciado por Locke) realizou a Revolução Francesa (uma das revoluções que sofreram influências do Liberalismo de Locke. Aqui no Brasil a Inconfidência Mineira foi uma revolução influenciada pelo Iluminismo que por sua vez pode ser chamado de Esclarecimento ou Século das Luzes). Segundo esse pensador, o trabalho seria o meio pelo qual o homem se apoderaria da natureza, podendo transformá-la para sua sobrevivência e assim fazer da parte onde esse trabalho foi realizado, sua propriedade. Em seguida veremos as questões da propriedade privada e da liberdade para Locke.

domingo, 15 de abril de 2012

AULA SOBRE THOMAS HOBBES

Vamos ver a partir de agora os pensadores denominados de "contratualistas" iniciando por Thomas Hobbes, famoso autor da obra "Leviatã".
 (Thomas Hobbes, 1588-1679)

Thomas Hobbes era inglês, nasceu no século XVI, mas precisamente em 1588. Em sua vida ele adquiriu um vasto repertório intelectual, pois conviveu com Francis Bacon (no período em que foi secretário pessoal dele durante alguns anos), com Galileu Galilei e com René Descartes, todos importantes pensadores que contribuíram para o desenvolvimento do seu pensamento que gira em torno da defesa do Estado Absolutista (poder total aos Estado).
Assim como Maquiavel, Hobbes não acreditava que os homens possuíam uma natureza boa. Ao contrário, ele também achava que a natureza dos homens por essência era má. Para Hobbes o homem tinha a natureza insocial, era egoísta, tramava para conseguir realizar seus desejos e satisfazer suas paixões. Tanto é que ele chegou a afirmar que "hominis lupus hominis", ou seja, "o homem é o lobo do homem".

(O lobo é um aninal que destrói sua caça e que luta com seus semelhantes para garantir o seu.
Segundo Hobbes, nossa natureza nos leva à semelhança com esse animal, pois nós nos destruímos, nos caçamos, nos despedaçamos, tudo só para satisfazer nossas vontades.)

Algumas imagens atuais para nos ajudar a entender essa célebre frase de Hobbes:

 (Atentato do 11 de Setembro - EUA)

(Pessoas disputando o alimento no Haiti)


O estado de natureza seria aquele estado onde não há regras, leis, onde se faria o império da lei do mais forte. Entretanto, Hobbes nos diz que viver num estado desses é viver em constante medo, vigilância, desconfiança, mas em total liberdade. Porém, essa liberdade de todos acaba gerando a liberdade de ninguém, pois todos viveriam tramando, maquinando armadilhas, se protegendo do outro. Para que isso terminasse, para que a guerra de todos contra todos chegasse a um fim, foi preciso fazer um “contrato social” que premitisse os homens viverem em sociedade. Nessa condição,  os indivíduoas deveriam ceder parcela de seus direitos, como o direito de punir (ius puniendi) ao Estado, que detém o monopólio institucional da justiça, e ao ceder sua liberdade total receberiam em contrapartida, a segurança pública e a garantia de seus direitos. Desta forma Hobbes procura definir o Estado organizado como um paradigma, como o Leviatã, autoridade inquestionável que imporia a ordem e a justiça para o homem social.

(Leviatã é um terrível monstro marinho citado na Bíblia, não havendo na Terra nenhum ser que a ele se compare em força, poder e sabedoria, curvando-se, então, todas as criaturas à sua imensidão. Com a escolha desse personagem bíblico, Hobbes pretende sublinhar o poder absoluto do Estado sobre os homens.)

AULA SOBRE NICOLAU MAQUIAVEL















Hoje conheceremos o "fundador" do pensamento e da ciência política moderna, o famosíssimo Nicolau Maquiavel cujas obras muito me agradam (como O Príncipe).


 (Nicolau Maquiavel, 1469-1527)

Maquiavel nasceu em Florença (Itália), foi músico, diplomata, poeta e historiador.

"Niccolò di Bernardo dei Machiavelli viveu a juventude sob o esplendor político da República Florentina durante o governo de Lourenço de Médici e entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a partir dessa experiência retirou alguns postulados para sua obra. Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais obras. Conseguiu também algumas missões de pequena importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava." (Fonte: Wikipédia)

Sua grande contribuição para o estudo do Estado e do governo foi descrever seus funcionamentos como realmente são e não como ideologia, ou seja, como deveria ser.
 Maquiavel introduziu na História um manual de como governar, mostrando como um príncipe deveria se comportar, pensar, agir em determinados momentos e se portar diante dos seus súditos.
(Escrito em 1513 e publicado em 1532. Reza a lenda que Maquiavel escreveu a ilustríssima obra "O Príncipe" para ganhar algum dinheiro dos Médici, pois sua situação não estava mais confortável economicamente.)

 Esse autor de "O Príncipe", adota uma perspectiva bastante diferente ao separar o campo da polítca do campo da ética, ou seja, separa a política do cristianismo. Podemos dizer que até os dias atuais, esse livro traz lições importantíssimas que são revisistadas e estudadas como guia para se governar uma nação e se manter no poder, afinal, para Maquiavel a finalidade da política é essa: a manutenção do poder!
Algumas interpretações dos textos de Maquiavel o fizeram parecer astucioso, maldoso, sem ética, o que fez surgir o termo maquiavélico como designação de algo tramado, ruim. Talvez esse termo tenha surgido porque ele tentou ao máximo buscar um realismo da situação em que estava inserido naquele momento na Itália colocando em um movimento teórico essa separação do cristianismo da vida política e as "tarefas" que um governante (príncipe) deveria ter em mente para realizar se desejasse se manter no poder.
 (Estátua de Maquiavel
na Galleria degli Uffizi,Florença.)


Outro ponto interessante em Maquiavel e que veremos mais tarde ao estudarmos Thomas Hobbes é que a natureza dos homens é essencialmente má. Para Maquiavel, os seres humanos desejam ter os máximos de ganhos sem fazer esforço algum, só realizando esforços se assim fossem obrigados. Essa natureza humana seria imutável, desse modo, os homens seriam egoístas, caprichosos, ambicioses, dissimulados, ingratos, interesseiros e volúveis, sempre.

Ele considera que  o uso da violência por parte do Estado/Governante é justificável, pois seria "melhor ser temido que amado", afinal, o príncipe não pode crer que o amor dos súditos dure para sempre, uma vez que o amor só perdura enquanto as vontades dos súditos estiverem sendo realizadas.
Algumas manobras que Maquiavel escreve em O Príncipe são bem interessantes, como:
"Dai aos súditos pão e circo, e desse modo poderás garantir mais tempo no poder".

Maquiavel possui um conceito de virtude (virtú) que podemos entender como o exercício de conservação do poderm significando precisamente a competência do governante para enfrentar as mais diversas situações buscando sempre a superação das mesmas através de aplicação das estratégias adequadas
 (Túmulo de Maquiavel na Basílica de Santa Cruz)


Quando ele diz que "governar é fazer acreditar" não nos lembra alguma coisa de muito familiar?

OBS: Quero que vocês pesquisem e respondam nos comentários a seguinte questão:
Por que Nicolau Maquiavel utiliza as metáforas do leão e da raposa para ensinar a virtú ao príncipe?

segunda-feira, 26 de março de 2012

VAMOS COMEÇAR AS POSTAGENS NOS BLOGS DE VOCÊS!

Vou reler os trabalhos e escolher os melhores (tanto individual quanto em grupo). Desse modo fiquem atentos aqui no Deu a Louca na Lulu, pois vou indicar os trabalhos que serão postados para serem refeitos com minha ajuda!

Beijos em todos!



Prof.: Luana

quinta-feira, 8 de março de 2012

Civilizações clássicas: GRÉCIA

VÍDEOS GRÉCIA ANTIGA


A metodologia proposta por Francis Bacon (2º e 3º QI)

Existia na Filosofia do século XVII vários métodos utilizados para se fazer ciência, uma vez que cada filósofo possuía o seu. Desse modo, havia uma variedade imensa de caminhos para se chegar a uma resposta.

O contemporâneo de Galileu, Francis Bacon, também compartilhava a recusa à filosofia de Aristóteles, pois sustentava que as explicações científicas são casuais, ao contrário de Aristóteles que pensava que elas eram teleológicas e possuía uma visão metafísica acerca das explicações do Universo.
(Francis Bacon 1561-1626)


Algumas vezes, pensadores e/ou autores quando querem criticar a teoria de outros escrevem obras onde o próprio título remete que esse texto será uma crítica ferrenha a teoria de tal pensador. E foi exatamente isso que aconteceu com Francis Bacon ao escrever o texto “Novum Organum” para criticar o texto Organum de Aristóteles.
Como Bacon estava insatisfeito com as formas de conhecimento existentes em sua época,  procurou construir o que denominou de "caminho seguro" para conduzir a experiência. Assim, nessa obra (Novum Organum), Bacon expõe o teor de sua proposta, sugerindo uma metodologia que considera adequada para a investigação da natureza. Esse método deu a Bacon o título de "pai da Ciência Moderna".
Mas no que constava essa proposta tão impresionante?
Bom, alguns pontos dessa proposta já tinham sido apresentadas por Galileu, como:

*A noção de que Universo pode ser racionalmente conhecido;

*A concepção de que devemos achar um meio que garanta que nossas representações das relações mecânicas já existentes entre objetos possam ser objetivamente conhecidas.

E outros tantos pontos onde ele demonstra que a observação é o ponto de partida para o conhecimento, e este por sua vez, só será verdadeiramente obtido por meio de um rigoroso procedimento metodológico, ou METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA.
O mais legal de Francis Bacon é que ele pregava uma ciência totalmente voltada para o benefício da humanidade (nada de bombas atômicas de destruição em massa!)

Para tanto, Bacon propõe um método estruturado em observações dos fatos, registro cuidadoso dessas observações, criação de um volume de dados confiáveis, entre outros pontos que tornaram a ciência mais segura metodologicamente.
"Essa formulação do método científico alcança enorme sucesso, perdurando sem maiores objeções até o início do século XX. Para os historiadores da Filosofia, Francis Bacon não foi importante somente por acreditar que o conhecimento equivale ao poder, como proclama sua mais célebre frase: SABER É PODER, mas por instaurar no conhecimento cinetífico um modus operandi".


Um vídeo bem legal para que nós possamos entender um pouco mais sobre Francis Bacon


Até a próxima pessoal!

domingo, 4 de março de 2012

Atividade realizada em sala no Dom Bosco

Pedi aos meus alunos no Dom Bosco que criassem um mito que tentasse explicar a criação de algo já existente no mundo. E como prometido, o melhor mito vai ser postado aqui.

O MITO DA MAQUIAGEM

Fernanda Rafaela T. Costa (3º Ano Médio)

Em tempos antigos havia uma grande preocupação com a beleza humana, principalmente das mulheres que não podiam trabalhar e seu papel era exclusivamente cuidar da casa e do marido. Porém, não existia nada que pudesse acrescentar beleza a elas, desse modo, Afrodite - deusa do amor - decidiu criar algo para mudar a vida de todas as mulheres de geração em geração.

Nesse mesmo período, existia uma mulher cujo nome era Sofia e que sofria muito por ser despercebida entre as demais mulheres e homens. Afrodite vendo do Monte Olimpo a infelicidade de Sofia, resolveu dar a ela algo que iria lhe acrescentar beleza e lhe trazer elogios e felicidade.
Sendo assim, Afrodite deixou na cama de Sofia uma caixinha e foi embora. Quando Sofia percebeu, assustou-se por não saber como aquela caixa tinha surgido em sua cama, mas decidiu abrí-la, e ao fazê-lo encontrou um bilhete que dizia: "Isso vai mudar sua vida, use e verá o resultado".
Sofia percebeu que era algo para o rosto e então de frente ao espelho começou a passar como se já soubesse o que era ese presente e como usá-lo. Então rapidamente sentiu-se uma mulher poderosa e decidiu chamar seu presente de "maquiagem", pois escondia todas as suas imperfeições.

Decidiu, então, sair nas ruas e notou que todos olharam para ela. A cada passo sentia-se a mulher mais desejada de todas, e a partir desse dia, Sofia se tornou uma mulher feliz, e através da maquiagem, ajudava todas as mulheres que um dia foram como ela.
 

Aprendendo um pouco sobre os mitos

Desde os gregos antigos que os homens têm curiosidades e se indagam sobre questões acerca do mundo e do ser humano. Perguntas como "De onde vieram os seres?" ou "De que é feito o Cosmo?" precisavam de respostas e elas vieram de início através dos MITOS.
Mas afinal, o que é um mito?
O mito é uma narrativa que busca explicar e descrever as relações entre símbolos, fatos, pessoas, etc, com forças desconhecidas, ou seja, sobrenaturais. Ele cumpre a função de justificar os fenômenos já existentes como a chuva, o dia, a noite, os raios, e também cumprem um papel pedagógico uma vez que as mensagens passadas pelos mitos aparecem como interpretações de algo verdadeiro (que aconteceu) e assim, ensinam os mais jovem as crenças e o modo de vida qeu devem seguir, mantendo a hierarquia entre deuses e homens.

 (ZEUS - deus dos deuses)


Dependendo da função que o mito tem a cumprir ele pode ser classificado como uma teogonia ou como uma cosmogonia.

TEOGONIA= diz respeito a uma espécie de genealogia que narra sobre os deuses quem é filho de quem, isto é, os graus de parentesco entre os deuses. Nesse sentido esses mitos desempenham o papel de determinar a gênese da geração dos seres e justificam as alianças entre os seres divinos para governar o Universo.

                           (deuses no Monte Olimpo)

 Já as COSMOGONIAS são justamente os tipos de mitos que justificam os fenômenos existentes e explicam por que o mundo é do modo que é. Também justificam as origens dos fenômenos existentes e dão legitimidade a divisão existente entre os seres.
Entre tantas funções que os mitos desempenham, podemos crer que uma de suas maiores finalidades era diminuir o medo, o temor e a angústia decorrentes de um Universo, até o momento, desconhecido.

Vejamos a narração de um mito para entendermos como esses mitos cumpriam a função de explicação das coisas do mundo e terminavam ou diminiíam com as inquietações dos homens sobre o Universo:

Mito de Prometeu e Epimeteu
Prometeu era um sábio: seu nome em grego significa “aquele que reflete antes”. Epimeteu, pelo contrário, não passava de um tolo. Seu nome quer dizer “aquele que reflete depois”.


Prometeu era um dos titãs, uma raça gigantesca, que habitou a terra antes do homem. Ele e seu
irmão Epimeteu foram incumbidos de fazer o homem e assegurar-lhe, e aos outros animais, todas as
faculdades necessárias à sua preservação. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-la, depois de pronta. Assim, Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados, de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Quando, porém, chegou a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu gastara seus recursos com tanta prodigalidade, que nada mais restava. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.
 
Foi assim que surgiram os primeiros seres humanos, que logo povoaram a terra. Mas faltavam-lhes conhecimentos sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar - e nada sabiam sobre a sua origem divina.
Prometeu aproximou-se e ensinou às suas criaturas todos esses segredos. Inventou o arado para o homem poder plantar, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a extracção do minério. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.
No entanto faltava-lhes ainda um último dom para se puderem manter vivos - o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu apanhou um caule do nártex, aproximou-se da carruagem de Febo (o Sol) e incendiou o caule. Com esta tocha, Prometeu entregou o fogo para a humanidade, o que lhe dava a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes.
Zeus, porém, irritou-se ao ver que o homem possuíra o fogo e que a sua vontade tinha sido contrariada. Por isso tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefesto fizesse uma estátua de uma linda donzela, a que chamou Pandora - "a que possui todos os dons", (uma vez que cada um dos deuses deu à donzela um dom). Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apólo, a música. Vários outros encantos foram consedidos à criatura pelos deuses.
Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela levava nas mãos. Pandora, então, desceu à terra, conduzida por Hermes, e aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - "aquele que pensa antes" e diante dele abriu a tampa do presente de Zeus. Foi então que a humanidade, que até aquele momento havia habitado num mundo sem doenças ou sofrimentos, se viu assaltada por inúmeros malefícios. Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente, antes que o único benefício que havia na caixa escapasse - a esperança.

Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o Titã a um penhasco do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia devorar diariamente o fígado de Prometeu que, por ser ele um Titã, se regenerava. 

O seu sofrimento durou por inúmeras eras, até que Hércules passou por ele e viu o seu sofrimento. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes. Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus sempre poderia afirmar que Prometeu se mantinha preso ao Cáucaso.


FONTES: http://www.fafich.ufmg.br/~labfil/mito_filosofia_arquivos/prometeu_epimeteu.pdf
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/protagoras/links/mito_prom.htm



domingo, 26 de fevereiro de 2012

AULA DO 2° E 3º QI: O CONHECIMENTO NO SÉCULO XVII: A CIÊNCIA DE GALILEU GALILEU

(Galileu é o representante nato do espírito do cientista moderno, pois suas investigações eram compromissadas com a observação e com a experimentação.)

Foi em Pisa que Galileu Galilei nasceu, exatamente no ano de 1564. E também foi nessa cidade italiana que ele começou seus estudos e mais tarde virou professor de matemática. Depois que lecionou em Pisa, foi para Pádua onde ficou dando aulas por dezoito anos. Toda sua trajetória intelectual foi marcada pela crítica à filosofia de Aristóteles.

OBS: Até o século XIX não havia distinção nítida entre ciência e filosofia e isso possibilitou afirmar que Galileu não só foi importante para o nascimento da ciência moderna, mas também contribuiu bastante com o discurso filosófico.

Galileu foi reconhecido pelas observações que fez sobre o movimento de um candelabro na catedral (essa observação o permitiu refutar a tese de Aristóteles que relacionava a velocidade da queda de um corpo com seu peso), onde percebeu que a quantidade de tempo gasto pelo balanço de um pêndulo está relacionada ao seu tamanho, e não ao seu peso, como pensava Aristóteles.
O que torna Galileu "o cara" é que ele ousou, num período onde ninguém mais seria capaz de ousar, afirmar que não existia no mundo autoridade maior que as descobertas da razão e que em momento algum as pesquisas científicas deveriam sofrer qualquer tipo de interferência em sua busca pela verdade.
Mas justamente em uma dessas buscas pela verdade Galileu revolucionou a ciência e foi condenado a prisão perpétua. Existia um instrumento chamado "luneta" que foi inventado na Holanda e que Galileu aprimorou e com ele possibilitou novas descobertas relativas aos corpos lunares, como por exemplo a descoberta de que a Lua não era uma esfera cristalina, mas era rugosa, cheia de crateras e montes, e que o planeta Vênus (assim como a Lua) tem fases.
Esse instrumento junto com várias observações e experimentos  permitiu a Galileu averiguar que os planetas se movem ao redor do Sol e sendo assim nosso planeta Terra não seria o centro do Universo, mas sim o Sol. Essa conclusão batia de frente com duas grandes teorias oficiais defendidas pela Igreja: a cosmologia de Aristóteles e o modelo geocêntrico ptolomaico.
E como era de se esperar, a Igreja não deixou essas descobertas e afirmações de Galileu passarem impunes. Em 1616 o cardeal Roberto Bellarmino ordenou que a teoria de Copérnico não fosse mais defendida por Galileu, mas ele em 1632 publicou a obra Diálogo e com ela defendeu ainda mais suas ideias. Porém no ano seguinte ele foi condenado pela Inquisição como "veemente suspeito de heresia" e obrigado a negar suas descobertas.

Reza a lenda que Galileu não querendo perder a vida, negou tudo e prometeu não mais defender nem divulgar a ideia de que a Terra se move, porém, depois de se retratar e se afastar da mesa, ele disse em voz baixa: "no entanto, ela se move". 

VAMOS VER O VÍDEO GALILEU A BATALHA PELO CÉU E DEBATER SOBRE ESSE GÊNIO: http://youtu.be/On9Wn96BETE (Parte 1) http://youtu.be/Vj57dPL11-U (Parte 2) http://youtu.be/PA8uvGY0fsc (Parte 3)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dica de filme: O mundo de Sofia

PARA QUEM QUER ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE FILOSOFIA:

Qual a coisa mais importante na sua vida? Uma pessoa faminta diria: “a comida”. Uma pessoa com frio diria: “o calor”. Com todas as suas necessidades atendidas o homem precisa de algo a mais. Os filósofos dizem que precisamos conhecer quem somos e a razão de nossa existência.
Essa é a proposta do livro “O Mundo de Sofia”, em norueguês Sofies verden, um romance escrito por Jostein Gaarder publicado em 1991, que virou best-seller internacional vendendo mais de 20 milhões de livros. A história também foi transformada em filme na Noruega, dirigido por Erik Gustavson, em 1999.
O romance nos convida a conhecer um pouco da filosofia ocidental – dos pré-socráticos aos pós-modernos. E, através da curiosa personagem Sofia, cujo significado do nome é sabedoria, nos motiva a pensar à respeito de nós. Afinal, quem é você? De onde veio o mundo? Nós existimos de fato? Aonde está Deus?
Em uma das várias passagens intrigantes do filme o personagem Alberto Knox comenta: “Um neurocirurgião era cristão e um astronauta ateu. O astronauta disse: Estive no espaço muitas vezes e nunca vi Deus ou anjos”. Então, o neurocirurgião replica: Operei o cérebro de muitas pessoas sábias, mas nunca vi um pensamento.”
Descartes sustentava que havia uma fronteira evidente entre o espírito e a matéria. Entre a alma e o corpo. Se atirarmos uma maça, quem atira? O corpo ou a alma? Para Descartes havia uma conexão entre o corpo e a alma, algo que influenciaria os processos mecânicos, como o ato de comer uma maça. A essa conexão ele chamou de RAZÃO.
Por isso, se faz necessário o auto-conhecimento. O filósofo Sócrates queria que as pessoas pensassem por si mesmas. Mas, infelizmente, foi sentenciado a morte por querer torná-las seres mais iluminados. Nos tempos modernos ainda continuamos perdidos, pois mesmo com todo esse nosso avanço tecnológico não foi possível preencher o nosso vazio. Mas não devemos abandonar o pensamento crítico. Desse modo, temos de aprender a ver as falsas sombras e saber usar a intuição.
Essas e outras questões são abordadas no filme “O mundo de Sofia”, recomendado a todos que têm paixão pelo conhecimento.

História da Filosofia (PARTE I)

Geralmente alguns alunos falam que estudar História é "coisa sem futuro" porque a História trata de coisas que já aconteceram e que "não interessam mais". Se dizem isso sobre a História Humana que narra guerras, transformações sociais, entre outras coisas, imagino o que dirão sobre nosso assunto de hoje: A HISTÓRIA DA FILOSOFIA.
Comumente VOCÊS dizem que a Filosofia é chata e que não é interessante estudar o que os gregos antigos pensavam sobre o mundo. Porém hoje eu trago alguns dos VÁRIOS motivos para estudarmos a Filosofia e sua História.
Eis alguns desses motivos:
  • A História serve para entendermos o porquê do nosso presente ser como é, ou seja, ao olharmos para trás compreendemos o que está a nossa frente. Perguntas como "por que há tantas guerras no Oriente Médio?", ou "por que os negros são minorias étnicas?", podem ser compreendidas e respondidas através de uma análise história (ex: ao estudarmos a colonização vemos que os negros foram escravizados, submissos aos brancos... daí tiramos toda uma conclusão histórica sobre sua situação no mundo hodierno);
  • O estudo da História da Filosofia tem a finalidade de nos situar acerca das teorias sociais que temos hoje. Podemos saber quem criou tal solução filosófica, como surgiram os problemas sobre moralidade, sobre ética... Alguém sabe como surgiu a política? Por que temos alguém para nos representar (a presidente, por exemplo)? Por que existem aqueles que mandam e aqueles que obedecem? Enfim, a História da Filosofia nos leva ao encontro de tais respostas, entre outras que por ventura venham a surgir;
  • A História nos oferece a possibilidade de compreender as sociedades do passado! E a História da Filosofia nos permite compreender essas sociedades, as atuais, e as transformações existentes entre elas. Por que para a nossa sociedade fazer aborto é crime e para a sociedade chinesa isso pode ser até um dever do cidadão? A História da Filosofia nos ajuda a entender essas disparidades sociais.
Um anime intitulado Samurai Champloo é ótimo para entendermos como a História nos ajuda a entender o presente a partir do passado:
Nesse anime é contado a estória de uma moça e dois rapazes que começam uma jornada em busca do samurai que cheira como girassóis. O interessante é que apesar da estória se passar no Japão Antigo (período Edo), há elementos contemporâneos como o Hip Hop, por exemplo. Nesse anime podemos fazer uma questão filosófica: é possível um anime ensinar os jovens não-japoneses sobre a História do Japão de forma inconsciente, uma vez que cada episódio trata um aspecto da cultura japonesa tradicional? 
Bom, deixando as hipóteses de lado e voltando a História da Filosofia, vamos ver os períodos da Filosofia e suas respectivas características.
Como já cansei de falar o primeiro período é o PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO caracterizado pela busca da compreensão do Universo e dos fenômenos da natureza. Daí os primeiros filósofos serem conhecidos como filósofos pré-socráticos ou  filósofos da natureza. Podemos citar, dentro desse contexto:  Tales de Mileto, Anaximandro e Heráclito. Também temos presente nesse momento Pitágoras com "a idéia de que tudo preexiste à alma, já que esta é imortal".