quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PODER

Outro tema que trabalhamos em sala de aula foi o poder na perspectiva de Michel Foucault. Analisamos basicamente o que ele pretendeu realizar na sua obra Vigiar e Punir. Vimos que ele buscou fazer uma história do poder de punir através da história da prisão. Nesse livro, Foucault começa abordando a penalidade do suplício (as mil mortes) que corresponde a morte em partes, onde o criminoso vai sendo torturado até a morte.
Nessa punição, Foucault afirma que o que prevalecia não era a justiça, mas a autoridade do rei, que querendo mostrar o seu poder, mandava torturar aqueles que desobedeciam suas leis e normas. No entanto, houve a necessidade de humanizar tais punições, uma vez que elas não atingiam apenas o corpo físico do condenado, mas acabava fazendo sofrer seus familiares (lembremos de Maria que acompanhou a tortura de Jesus Cristo), e também estavam invertendo os papéis: o carrasco estava virando o cruel da história ao realizar as torturas, e o criminoso estava sendo alvo de compaixão e piedade. Assim sendo, foi colocado no cenário das punições a prisão como sendo o centro dos castigos que visava agora a alma do criminoso e não mais o corpo físico em si. A penalidade girava em torno da privação da liberdade, das relações sexuais, da má alimentação e dos castigos como ficar no isolamento. Os crimes mais hediondos, permaneceram com a penalidade de morte, mas agora de forma mais humanizada, sem tanto sofrimento, passou a ser uma única morte: a decapitação.
Foucault também afirmou nessa obra que as prisões tinham dois objetivos: Tornar os indivíduos dóceis e úteis, e humanizar as penas. Para ele a história da prisão fracassou porque esses objetivos não conseguiram ser alcançados. Ele analisa o modelo panóptico (modelo das prisões que têm uma torre no centro onde ficam os guardas vigiando as celas que estão ao redor, assim os guardas podem observar os presos, mas estes não podem ver os guardas. Assim, os presos se disciplinam com medo das punições, ao ponto de chegar o momento onde não se colocavam mais guardas nas torres, mas os presos se comportavam do mesmo jeito por acreditarem que existia alguém lá os vigiando.
Dessa análise Foucault tira que tal modelo não se restringe às prisões, mas ideologicamente extrapola esses muros e aborda toda a sociedade, afinal, para ele vivemos em um mundo panóptico onde todos se disciplinam porque são vigiados - mesmo sem a presença de um policial - ao mesmo tempo que vigiam todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário